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Leasing E Renting superam 165 mil milhões de euros e Factoring bate novos recordes na Europa no primeiro semestre

16 nov 2022

GUERRA E INFLAÇÃO ACELERAM APOIO DO FACTORING. PORTUGAL REGISTA O TERCEIRO MAIOR PESO DO SETOR NO PIB EM TERMOS EUROPEUS

O Leasing e Renting, e o Factoring no conjunto dos países europeus fecharam o primeiro semestre com crescimentos de 5,9% e 21,2%, respetivamente. Num ambiente de fortes disrupções no ambiente de negócios e com a curva ascendente da taxa de inflação a bater consecutivos máximos desde novembro do ano passado, as empresas procuraram de forma visivelmente crescente o apoio do financiamento especializado.

Para o Factoring, o crescimento homólogo semestral representou um recorde de sempre no desempenho acumulado de janeiro a junho, revelam os dados da federação europeia do setor, EU Federation for Factoring and Commercial Finance (EUF), de que a Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting (ALF) é membro.

Portugal não só acompanhou a tendência no Factoring, como superou o desempenho, registando um expressivo crescimento de 27,1% na comparação homóloga. Este produto do financiamento especializado assegura já a liquidez em 17,7% da riqueza produzida no país, o terceiro maior peso no PIB no conjunto europeu, logo depois da Bélgica e Espanha. Nas análises globais, seja a nível de toda a Europa, ou cingida aos parceiros da União Europeia (EU), Portugal sobressai entre aqueles onde se verifica maior discrepância entre o disparo semestral do Factoring e o crescimento do PIB no mesmo período.

Enquanto a UE apresentou um crescimento nominal do PIB de 10,2% e uma penetração do Factoring de 12,5%, e a Europa como um todo registou um crescimento de 9,2% do produto, com uma penetração de 13,5% no PIB, em Portugal a procura relativa pelo Factoring foi mais expressiva: 27,1% de crescimento homólogo, aumento do PIB em 12% e penetração do Factoring no PIB a aumentar para 17,7%.

Somando as diversas parcelas dos países do continente, o valor de pagamentos assegurados pelo Factoring no semestre superou o bilião de euros (1,14 biliões de euros). Este montante compara com 953 mil milhões de euros no primeiro semestre de 2021.

Sabendo-se que o Factoring europeu vale 1,14 biliões de euros e que 83,4% provieram dos países da União Europeia (com França e Alemanha a significarem, somados, 34% do total do volume europeu), a situação de guerra em território europeu e a inflação – que em junho bateu novo recorde desde o início das subidas incessantes desde novembro de 2021 – não podem ser dissociadas do refúgio procurado pelas empresas junto do setor. Isto mesmo consta da lista de razões invocadas pelas associadas da federação europeia do setor, cujos relatórios apontam ainda a elevada procura no pós-COVID e a devolução de apoios estatais como razões para o semestre recorde do factoring. A confiança nas sociedades de Factoring reflete não só a modalidade de antecipação de pagamentos, mas também os serviços complementares neste produto, como são os estudos de risco de crédito e o apoio jurídico na gestão dos créditos transacionados.

LEASING E RENTING COM ALTOS E BAIXOS

Menos homogéneo que no Factoring, o desempenho do Leasing e Renting, na Europa, ao longo do primeiro semestre de 2022 variou entre subidas expressivas nos países a leste, e sete países em queda, entre os quais Portugal, com uma descida homóloga de 4,47%, para 1,43 mil milhões de euros. A totalidade do mercado de Leasing e Renting ascendeu a 167 mil milhões de euros, 5,92% além dos 158,8 mil milhões de euros do primeiro semestre do ano passado, então ainda a braços com confinamentos decorrentes da pandemia de COVID-19.

A locação financeira mobiliária e a locação operacional foram o travão à tendência expansionista destes setores, refletindo perdas de novos contratos associadas à falta de veículos no mercado automóvel, devido aos constrangimentos de produção pela falta de componentes. Enquanto a locação financeira imobiliária cresceu 15,41% (13,33% em Portugal), a locação financeira mobiliária e a locação operacional não foram além dos 5,57% no conjunto europeu de janeiro a junho deste ano. Já em Portugal, a disrupção nas cadeias de abastecimento resultou na perda de 10,11% do montante das locações de viaturas e equipamentos, fechando o semestre com 1 023 milhões de euros.

Uma vez mais, o financiamento especializado comprova, através do apoio dado à economia, a solidez do sistema financeiro e a confiança que nele depositam as empresas. Tal como na grave crise do subprime, no início da década passada, e, nos últimos dois anos, na paralisação global das economias provocada pela pandemia de COVID-19, o financiamento especializado pauta-se pela presença ao lado dos empresários, designadamente em Portugal”, explica Luís Augusto, presidente da ALF.

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